Equilibrando funcionalidades e estética – Heurísticas de Nielsen

Como influenciar positivamente seu usuário

Meu avô, conhecedor de vários dizeres japoneses, uma vez me disse: “Primeiro se come com os olhos para que, depois, sintamos o sabor”.

De fato, o essencial para uma comida é ter um bom sabor, um bom aroma. Entretanto, a sensação visual causada pode influenciar muito em sua experiência. Um prato não convidativo ao olhar, pode até ser apetitoso, mas você o comeria?

Ao ir almoçar em um restaurante, você recebe um filé, o cheiro é ótimo, mas... Ao cortá-lo você percebe que ele está muito malpassado, essa imagem, apenas, lhe causa um mal-estar e o faz pedir que o garçom o troque. O mesmo acontece com um software. As funcionalidades podem ser ótimas e atender a todos as suas necessidades, porém, se não for amigável aos seus olhos, você não o usará.

Ao desenhar uma interface, o designer deve saber como equilibrar toda a robustez de um ótimo software com telas de encher os olhos e que, tornem a navegação prática e intuitiva para seus usuários.

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Hoje, iniciaremos nossa discussão, nos baseando na seguinte citação:

 

“Até os melhores designers só produzem produtos de sucesso se seus designs resolverem os problemas certos. Uma interface maravilhosa para as funcionalidades erradas falhará.”

– Jakob Nielsen (Tradução livre)

Nielsen é um cientista da computação e escritor, muito conhecido na área de UI design, por suas heurísticas. Neste contexto, podemos definir “heurísticas” como um método, operação ou técnica intuitiva para resolver um problema. Estes procedimentos mentais, simples, auxiliam a compor e avaliar interfaces, de forma que, estas, atendam os conceitos mais básicos de usabilidade. 

1.      Visibilidade e reconhecimento do estado ou contexto atual do sistema: É essencial que os usuários sempre tenham uma visão clara sobre o que estão visualizando. Por exemplo: Quando acessamos a página “Navegar”, no Spotify, o nome da aba sempre está disponível, seja no menu lateral ou, no topo da página, acompanhando a rolagem.

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2.      Compatibilidade com o mundo real: Mantenha a linguagem e lógica próximas do que o usuário utiliza no dia a dia. Utilizando novamente o Spotify como exemplo: Observe que, o nome da aba para as músicas mais reproduzidas é denominada “paradas”.

 

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3.      Controle e liberdade do usuário: Deixe o usuário livre para tomar suas decisões e comandar a aplicação conforme suas demandas;

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4.      Consistência e padrões: Mantenha a consistência das informações visuais e textuais na sua interface. Não utilize o mesmo ícone para duas funções diferentes; 

5.      Prevenção de erros: Preveja possíveis erros que possam prejudicar a experiência dos usuários e os corrija antes que aconteçam;

6.      Reconhecimento ao invés de memorização: Auxilie seu usuário a navegar pela aplicação. Quanto mais intuitiva, melhor a experiência;

7.      Flexibilidade e eficiência de uso: Construa uma interface flexível ao contexto do usuário. Sendo simples para usuários menos experientes, mas que permita aos mais experientes que, personalizem comandos, para facilitar sua navegação etc.;

8.      Projeto estético minimalista: Menos é mais. Quanto mais informações dispostas em uma página, mais complexa e poluída se torna a interface. Mostre apenas aquilo que é importante;

9.      Diagnosticar e corrigir erros: Além de prevenir erros, conforme a 5ª heurística, o sistema deve ajudar o usuário a corrigi-los caso estes ocorram. Deixe avisos que torne o erro se torne visível e de fácil correção;

10.      Ajuda e documentação: Ajude seu usuário a usar a aplicação. Deixe documentações de auxílio disponíveis, como FAQs, por exemplo. 

Estas 10 heurísticas são extremamente simples, mas, com certeza, influenciam positivamente para a experiência final de seu usuário. Estes procedimentos são amplamente adotados por várias interfaces e, se pararmos para observar as aplicações que mais utilizamos, poderemos encontrá-los facilmente.

Nos próximos textos blogs, começaremos a discutir como medir se a aplicação realmente fornece uma boa usabilidade aos usuários.

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