Um papo sobre usabilidade de aplicações - O SUS

Iniciamos no texto “Equilibrando funcionalidades e estética – Heurísticas de Nielsen” uma discussão sobre o amplo campo de design de aplicações. A questão que fica agora é: como medir se os conceitos aplicados estão satisfatórios?

Uma das formas mais populares de medir o nível de usabilidade de um software é o SUS (System Usability Scale). Este método, criado por John Brooke em 1986, ainda é amplamente utilizado, por sua simplicidade em medir o nível de usabilidade de um aplicativo. Ele deve ser aplicado após a rodada de testes com os usuários. A escala tem foco em:

·         Efetividade;

·         Eficiência;

·         Satisfação.

O questionário é composto por 10 perguntas, sendo o padrão sugerido:

1.      Eu acho que gostaria de usar esse sistema com frequência.

2.      Eu acho o sistema desnecessariamente complexo.

3.      Eu achei o sistema fácil de usar.

4.      Eu acho que precisaria de ajuda de uma pessoa com conhecimentos técnicos para usar o sistema.

5.      Eu acho que as várias funções do sistema estão muito bem integradas.

6.      Eu acho que o sistema apresenta muita inconsistência.

7.      Eu imagino que as pessoas aprenderão como usar esse sistema rapidamente.

8.      Eu achei o sistema atrapalhado de usar

9.      Eu me senti confiante ao usar o sistema.

10.  Eu precisei aprender várias coisas novas antes de conseguir usar o sistema.

  As respostas serão coletadas em escala numérica, variando entre 1 e 5. Sendo 1: “discordo plenamente”, e 5: “concordo plenamente”.

Observando o questionário, é possível perceber certa familiaridade entre as questões. Todas aquelas, representadas por números ímpares, são referentes à aspectos positivos da aplicação, e as pares, por sua vez, aos aspectos negativos. Essas características serão fundamentais para calcularmos a pontuação final de usabilidade:

·         Questões ímpares: Nota dada pelo usuário (1 a 5) – 1;

·         Questões pares: 5- Nota dada pelo usuário (1 a 5).

Após obter a pontuação para cada questão, é necessário somá-las e multiplicá-las por 2,5. O resultado estará em uma escala de 0 a 100. Um pouco complexo? Aqui vai um exemplo para clarear as ideias:

Legenda

((Nota1-1)+(5-Nota2)+(Nota3-1)+(5-Nota4)+(Nota5-1)...+2,5=

Simulação

((4-1)+(5-1)+(4-1)+(5-1)+(3-1)+(5-3)+(2-1)+(5-2)+(4-1)+(5-1))*2,5= 29*2,5=72,5 

Finalmente, para realmente medirmos a usabilidade do sistema, temos a escala:

·         ≥ 90: Melhor usabilidade possível;

·         ≥ 80: Usabilidade excelente, mas alguns pontos ainda podem ser melhorados;

·         ≥ 70: Usabilidade muito boa, com algumas correções necessárias;

·         ≥ 60: Usabilidade mediana, necessita revisão;

·         < 60: Grau de usabilidade não aceitável.

O Sus é altamente indicado quando se deseja julgar a usabilidade e intuitividade de um usuário ao utilizar o aplicativo, podendo se tornar uma metodologia adaptável para outras medições. Entretanto, o conceito de experiência, não se limita apenas à navegação. Portanto, torna-se necessário o casamento com demais técnicas, para se obter um resultado mais completo. Mas, isso ficará para uma próxima conversa...