Lilian Laraia: Você sabia que o Brasil se destaca no Ranking mundial de produção científica?
Hoje, 08 de julho comemoramos o dia Nacional da Ciência e do Pesquisador. A data tem como objetivo chamar a atenção para a produção científica do país, estimular o gosto dos jovens pela ciência e divulgar o saber científico para a sociedade.
Eu trabalho com pesquisa há mais de 20 anos. Comecei a minha carreira na bancada, desenvolvendo novas tecnologias para a indústria química, fui professora de Gestão de Inovação na Educanpei, na Embrapa/SC e no Instituto Mauá de Tecnologia, e em 2016 fundei a LaraiaTech, uma startup que aproxima o mercado da academia, e atua transformando dados e informações em subsídios para roadmaps e análises preditivas, com o objetivo de auxiliar as empresas a tomarem decisões estratégicas e assertivas.
Considerando toda essa trajetória e o cotidiano da LaraiaTech - incubada no CIETEC-IPEN/USP e parceira da FAPESP, AHK, ALI-SEBRAE-CNPq e Conecta Startup Brasil - apresento para vocês a realidade brasileira sobre esse tema tão relevante para o crescimento econômico do nosso ecossistema.
Resiliência. Segundo Hernan Chaimovich, Professor Emérito do Instituto de Química da USP essa tem sido a principal característica da ciência brasileira nos últimos anos. Os números mostram que, mesmo com uma redução drástica dos orçamentos destinados a ciência e tecnologia no Brasil, a produção científica do País continuou crescendo — pelo menos até agora. Veja o impacto da queda nos investimentos dos Recursos para o MCTI.
O Brasil tem se destacado no meio científico internacional sendo responsável por 13% de tudo o que é pesquisado no mundo. Infelizmente, nem tudo é aplicado e o país aparece em 69º lugar no ranking de inovação mundial (Índice Global de Inovação).
Dados mostram que embora resiliente, a ciência brasileira está no limite. O CNPq principal agência de fomento à pesquisa do governo federal — cujo orçamento também foi drasticamente cortado nos últimos anos. Uma das tendências que mais preocupam é a redução da oferta de bolsas de pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado), que sustentam a maior parte da mão de obra da produção científica nacional.
Apesar de tudo isso, o Panorama da Ciência Brasileira 2015-2020 do CGEE reforça o crescimento da produção científica brasileira apesar da redução dos investimentos. Veja os dados da imagem a seguir, ela traz um panorama da Ciência Brasileira.
Com o colapso do orçamento do MCTI nos últimos anos, porém, é possível que os investimentos voltem a crescer.